Jornadas Seniores Interativas
Evento associado aos “Universitários 50+” decorreu pelo terceiro ano consecutivo
“Reviver Zeca Afonso” foi a atividade que encerrou,
no passado dia 10 de maio, a terceira edição das Jornadas Seniores
Interativas, promovidas pelo Município do Bombarral, no âmbito do
projeto “Universitários 50+”.
No ano em que se assinalam os
25 anos da morte de José Afonso, a turma da disciplina de teatro dos
“Universitários 50+” decidiu prestar a sua homenagem a este cantor,
compositor e poeta português, interpretando as suas músicas e declamando
os seus poemas.
Desta viagem pela carreira
artística de Zeca Afonso fizeram parte temas como a “Canção de Embalar”,
“Milho Verde”, “Os Vampiros”, “Vejam Bem”, “Traz Outro Amigo Também”,
“O que faz falta” ou ainda “Grândola Vila Morena”.
O público teve também a
oportunidade de escutar o testemunho de José Pires, professor nos
“Universitários 50+”, que relatou alguns dos episódios que teve
oportunidade de partilhar com José Afonso. Também António Morais,
docente neste projeto municipal, fez questão de prestar a sua homenagem
ao cantor, brindando os presentes com a interpretação do tema “Menino do
Bairro Negro”.
Antes de “Reviver Zeca
Afonso”, os presentes puderam ainda escutar algumas “Citações célebres
de autores portugueses e franceses”, numa iniciativa dos alunos da
disciplina de francês.
No programa do segundo dia da
atividade constou ainda, durante o período da manhã, uma caminhada
solidária, de aproximadamente cinco quilómetros, na qual os
participantes foram convidados a trazer um litro de leite para ser
posteriormente entregue a uma instituição de solidariedade social do
concelho.
As terceiras Jornadas
Seniores Interativas iniciaram-se no dia 9 com a realização do atelier
de “Pintura de Azulejo em Stencil”, ministrado por Silvia Lopes.
Margarida Sapo foi um das
alunas que participaram no atelier. No seu ano de estreia nos
“Universitários 50+”, a aluna refere que a experiência tem sido
positiva, considerando que a sua participação neste projecto a tem
ajudado na adaptação ao concelho do Bombarral.
Outras das participantes no
atelier foi Isabel Marques. À semelhança da colega, a aluna mostrou-se
muito satisfeita por ter aderido a este projecto municipal, afirmando
mesmo que “se soubesse tinha-me inscrito mais cedo”.
Este ano letivo optou apenas
por se inscrever nas artes decorativas e a experiência está a ser
positiva. “Estou a gostar muito, é uma forma de desanuviar enquanto vou
aprendendo mais alguma coisa”, acrescentou.
Quanto às jornadas, a
professora Silvia Lopes elogia a iniciativa, mas desafia os alunos para
que na próxima edição possam aderir mais e experimentar outras
disciplinas para além daquelas onde estão inscritos. “É uma excelente
oportunidade para os alunos fazerem algo que ao longo do ano não fazem”,
frisou.
Relativamente à sua
experiência enquanto professora nos “Universitários 50+”, a docente diz
estar satisfeita. “Este é já o terceiro ano, felizmente tenho tido bons
grupos e pessoas interessadas”, concluiu.
Além deste atelier, no
primeiro dia das jornadas teve ainda lugar a palestra “Cultura – Os
Novos Desafios. Da Enciclopédia ao Computador”, a qual contou com alguns
apontamentos dos alunos da disciplina de teatro dos “Universitários
50+”.
A primeira intervenção
pertenceu a António Morais que falou sobre a diferença entre
conhecimento e sabedoria. Segundo o docente, “o conhecimento é o
somatório de culturas, enquanto a sabedoria é o somatório de reflexões”.
Já Ana Moniz, psicóloga do
trabalho, abordou a importância do livro em relação ao computador,
citando o fundador da Microsoft, Bill Gates, que um dia afirmou: “os
meus filhos terão um computador mas antes terão um livro”.
Por sua vez, o economista
Francisco Santos Costa alertou os presentes para a necessidade de
“questionarmos sempre os conhecimentos que absorvemos através de
qualquer meio de comunicação”, defendendo que o “conhecimento deve advir
do nosso raciocínio”.
Ricardo Pinto, engenheiro,
foi o último orador a intervir. A sua apresentação versou sobre a
revolução tecnológica, que “veio permitir que as populações possam estar
mais bem informadas”, mas “devemos ser mais criteriosos, selectivos e
questionar sempre a informação que nos chega”.